Uber (2009), Microsoft (1975), General Motors (1908) e General Electric (1890).
O que todas essas marcas têm em comum?
Iniciaram sua trajetória durante crises econômicas.
Essas empresas têm em seu histórico o verdadeiro DNA empreendedor. No entanto, não representam a maioria. Construir um negócio duradouro é um caminho de muita adversidade, porém, fazer isso em tempos em que os ventos econômicos sopram para o lado contrário, é ainda mais difícil.
Grandes investimentos em inovação e capital de risco tendem a diminuir drasticamente durante tempos de crise, e não seria diferente durante a pandemia da COVID-19. A economia fica retraída e ninguém quer gastar dinheiro.
Joseph Schumpeter, um dos maiores economistas do século 20, em 1911 (um ano recessivo) disse:
“A própria lógica do sistema capitalista é que depois de algum tempo de depressão, surgiriam novos empreendedores. E então haveria um novo “enxame” de empreendedores. Uma onda de prosperidade começaria e todo o ciclo continuaria.”
Seria esse o destino da nossa economia? Os protagonistas de amanhã serão as pequenas startups que estão surgindo hoje ou os empreendedores mais bem financiados que há muito tempo se preparam para esse momento?
Acontece que enquanto muitos estão parados esperando ver como o mercado econômico reage e a situação se comporta, outros têm suas mentes empreendedoras agitadas, provocando transformações.
A multinacional norte-americana Starbucks anunciou sua parceria com a empresa de investimentos Sequoia Capital China. As duas empresas farão co-investimentos estratégicos no setor de tecnologia da China.
Não é novidade para ninguém que o café não é um produto tradicional da culinária chinesa. No entanto, em 2020 a cafeteria pode ser encontrada na China mesmo em lugares mais remotos e virou sinônimo de café no país. Já para Sequoia Capital, o acordo se resume a tecnologia digital e ao comércio eletrônico. Aliás, a Sequoia Capital tem se destacado no cenário atual devido ao seu forte investimento em empresas como Apple, Youtube e Nubank.
Também não precisamos ir muito longe para ver os empreendedores agitados de perto. O setor aéreo foi um dos mais afetados com a crise da COVID-19, mas um setor da empresa aérea Azul cresceu 36% no primeiro trimestre. Como?
A empresa focou seus esforços no transporte de cargas, fazendo com que os resultados da Azul Cargo crescessem consideravelmente na primeira parte do ano.
Ainda, a Raizs, marca de produtos orgânicos de pequenos produtores, ampliou cinco vezes seus resultados de vendas durante a quarentena em São Paulo. A empresa entrega em casa produtos orgânicos saudáveis e frescos. Quase uma raridade em meio à pandemia.
Pequenos e grandes empreendedores têm um papel importante a desempenhar nesse momento. Os pequenos mesmo com as melhores idéias terão dificuldade em atrair investimentos e precisam ser estratégicos para atravessar as adversidades do período e conquistar o topo depois que tudo isso passar. Já os grandes, que levantaram recursos suficientes antes da crise, terão que ser rápidos em mudar seu foco no crescimento para a sobrevivência, adotando novos planos de negócios quando os antigos não forem mais viáveis. Ambos são responsáveis por produzir inovação, aqueles que conseguirem serão os protagonistas de amanhã.